#1315 - 'a ordem dos templários', Legião Urbana
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Escrever este texto é difícil.
Três pessoas importantes pra mim estão indo, e eu sei que é pra melhor, e não poderia estar mais feliz. Mas sabe quando o coração aperta?
Aí acima estão seis amigos. Da esquerda para a direita, Padre Becker, Leandro, Juliane, Padre Herculano, Felipe e Padre Alexandre.
Apesar de ter aprendido com eles, não vou falar dos Padres hoje. =)
Leandro está indo para a Companhia de Jesus, os Jesuítas. Juliane está indo para a Canção Nova. E Felipe está indo para o Seminário Diocesano de Santo André.
Praticamente ao mesmo tempo.
(Calma, Joaozinho, eu vou contar agora quem são eles, seu incauto!)
Vamos começar pela Juliane. MUITO tempo atrás, eu fui Coroinha, treinado pelos Ministros da época (um deles, aliás, foi quem me indicou para seu lugar - "você é meu sucessor natural"). Comecei em 1992, aos 8 anos de idade. Com o crescimento do grupo de Coroinhas, o Coordenador, o Souza, designou aos quatro mais velhos (Magno, Patrick, Rodrigo e eu) que treinassem os outros na prática. Sabe, como os jogadores de futebol mais experientes em campo, orientando os dentes-de-leite.
Juliane foi uma dessas. E, na mesma época, houve uma peça de Natal e ela foi Maria e eu Joaquim, pai de Maria. Na peça tínhamos algumas cenas juntos, em que eu abençoava o casal Maria e José e tal. Nos ensaios lembro como um vivia zoando o outro e, quando o Souza gritava para ensaiarmos, virávamos santos. hehe
Ela cresceu. Não mantivemos tanto contato quanto antes, e talvez a culpa disso seja minha, sei lá. Juliane virou uma adulta incrível, responsável, sensata... mas, como na peça, meio moleca. Na verdade essa "molecagem" sempre foi ser cheia de vida e alegria. Alegria que transmitiu em algo que adorava organizar: Adorações ao Santíssimo. E foi em uma que eu vi que ela estava completa, pronta, para seguir sua vocação. Nada poderia me deixar triste depois disso.
Leandro conheci pouco depois. Quando fui crismado, tive de sair dos Coroinhas e entrei pro Grupo de Jovens no mesmo dia (8 de dezembro de 1998). No Grupo de Jovens Um Por Todos, Todos Por Cristo conheci várias pessoas. Algumas converso até hoje, outras não. Quando conheci o Leandro, ele era bem quieto. BEM quieto. E continua sendo.
Mas, de sua quietude, sempre manteve uma postura íntegra, coerente, e isso sempre me chamou a atenção. Tivemos desentendimentos, algo normal, mas nunca deixei de considerar o Leandro um amigo, mesmo quando seguimos caminhos diferentes, dele ir para o Dízimo e eu ficar no Grupo de Jovens e virar Ministro.
Já que falei de uma peça de teatro com a Juliane, tenho outra história de peça com o Leandro. Em 2005, apresentamos uma peça gigantesca, de 90 minutos de duração (geralmente tem 10!). Todos os domingos ensaiávamos e, antes dos ensaios, tínhamos exercícios de relaxamento, controle da voz e tudo mais, tudo ministrado pelo excelente Chiquinho (ôpa, agora é Padre Francisco). Leandro, que já tinha o apelido de Cabeção (perguntem o que fizemos no aniversário dele de 24 anos qualquer dia desses), estava na peça. Chiquinho pediu para todos darem o grito mais forte. E Leandro gritou:
- aaa.
Nos últimos tempos, Leandro percebeu que sua vida não é gritar, mas sim ouvir. E vinha analisando que tinha uma vocação. Me surpreendi ao ouvir de Jesuítas, mas me fez sentido. Como disseram, ele tem cara de Jesuíta. Isso é muito bom.
Felipe Fernandes conheci por último dos três, por volta de 2005, acho. Eu estava conhecendo melhor o grupo que se tornaria o JUMG a pedido do Coordenador da Crisma, o Luciano, quando Felipe surgiu, perdido de tudo, mas cheio de ideias e de vontade. O aceitaram quando viram seu valor e, onde o grupo tinha pique mas nenhum planejamento, ele complementou bem, ajudando a elaborar as apostilas de Crisma, calendários e tudo mais.
Desde quando Padre Becker o chamou para ser Ministro da Palavra já estava claro que o Padre acreditava que Felipe tinha potencial para ser Seminarista e, futuramente, Padre. Os dois se tornaram Mestre e Padawan. Fui Ministro em algumas das primeiras celebrações do Felipe e, apesar do nervosismo dele, já mostrava esse potencial muito bem, e logo todos notaram. Só faltava Felipe notar e, quando ele o fez, fez questão de saber se era o que ele queria. E é. Padre Becker estava certo.
Falando de teatro aqui também, tínhamos que preparar algo para a Missa de Natal. Lucas, Felipe e eu tivemos uma ideia, mas Lucas não foi na Missa do dia 25. 8h da manhã e Felipe, Dani e eu preparando a surpresa: um casal de mendigos entrava e Jesus aparecia para cuidar do casal. Jesus levava o casal até uma porta. Pessoas chorando. E o Felipe e eu segurando o riso. Motivo? O Jesus da peça foi uma mulher! Rá! Uma amiga nossa que, vejam só, também se chama Juliane.
O ciclo se completa.
Eu sei que não sou o melhor amigo de nenhum dos três, ou a pessoa que mais fez diferença. Mas espero ter sido um bom amigo, porque os três são muito importantes na minha vida. Eu sou uma pessoa mais feliz porque os conheço, porque os tenho na minha história. Eu sou mais completo. E isso não é pouco, viu.
Vou sentir falta dos três, sem dúvida. De ver a Juliane empolgada nos e-mails pedindo mais um flyer, o Felipe aconselhando, ou mesmo a cara sem jeito do Leandro quando o vejo nos domingos e grito "CABEÇÃÃÃÃÃO". Mas são coisas pequenas perto dos caminhos que eles trilharão.
Eles são pessoas ótimas e, como disse poucas horas atrás, mais pessoas poderão constatar isso.
Vão lá. Eu aqui sorrirei ao dizer que os conheço.
Uma vez utilizei um trecho de Legião Urbana ao final de uma peça, e isto calha aqui também...
Teremos coisas bonitas pra contar
E até lá, vamos viver
Temos muito ainda por fazer
Não olhe pra trás
Apenas começamos
O mundo começa agora
Apenas começamos
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