#1214 - 'terceira do plural', Engenheiros do Hawaii
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| Posted on 23:26:00
Até quase o final da quinta temporada de House, eu resenhei cada episódio da série do médico interpretado por Hugh Laurie, até que o passei para Chris Marques, que o faz de forma mais elegante, apaixonada e rápida que eu, lá no Fala Série.
Mas não pude deixar de pensar em tanta coisa que aconteceu no final da quinta temporada e começo da sexta.
Devo avisar que, a partir daqui, não pretendo me conter em comentar possíveis SPOILERS, ou seja, acontecimentos que não foram ao ar na TV aberta (uso como parâmetro a TV aberta, já que todos possuem acesso a ela).
No final da quinta temporada, House percebeu que seu uso exagerado de Vicodin chegou ao ponto dele ficar viciado e tendo alucinações extremamente complexas, como uma noite com Cuddy (Lisa Edelstein) e, em um pedido de ajuda, é levado por Wilson (Robert Sean Leonard) para uma clínina psiquiátrica. Enquanto Wilson, um verdadeiro amigo, o leva até lá com desolação, todos os outros estão no casamento de Cameron (Jennifer Morrison) e Chase (Jesse Spencer).
Isso já me fez pensar, em uma fria quinta-feira, o quanto nós todos podemos nos apegar a algo para nos manter em pé. No meu caso, a cafeína. E, desde então, tenho buscado diminuir a quantidade e me tratar de outras maneiras. Estão me ajudando nisso a minha mãe, a minha grande amiga Agnes e outra grande amiga, a minha primeira Padawan.
E aí veio, depois, o começo da sexta temporada, com House na clínica em um episódio especial de 80 minutos (com intervalos, 120), sofrendo, suando e depois tentando ficar melhor também psicologicamente. Descobrindo o verdadeiro amor e o perdendo, ele se vê perdido, quebrado, arrasado. Quando vê que não existe saída a não ser melhorar, ele pede ajuda.
Nisso temos Alfie, seu colega de quarto que possuem transtorno bi-polar, salvo engano, e não quer saber de tomar os remédios e se acha superior a tudo aquilo. Ele sim me chamou a atenção. House o deixa furioso quando ouve do médico que a única saída é, sim, aceitar a terapia e encarar a opção de ficar melhor.
Quando Alfie vê House indo embora, feliz mesmo sem saber que mundo o aguardaria (e isso, por si só, é uma premissa extremamente interessante), Alfie procura a médica e pede por seus remédios. “Eu quero ficar melhor”, diz ele.
O que nós todos podemos fazer para ficarmos melhores, para sermos melhores? Buscar esquecer rusgas e mágoas, tentar viver da forma mais natural possível, sermos mais sinceros e amigos? O que nos custa, aliás, um pouco de cordialidade? Hoje em dia parece que o que importa é só continuar subindo, sem notar que, enquanto subimos uma escada, do outro lado pode haver uma ladeira na qual cairemos.
Séries não foram feitas apenas para nosso entretenimento. Fico feliz quando alguma série me dá a oportunidade de pensar, refletir no meu eu e na evolução que devo buscar.
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