#1347 - 'brasil', Gal Costa
Posted by Os Dossiês de Persimmonia | Posted on 12:59:00
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Um menino acha um livro com os dizeres "Os Dossiês de Persimmonia".
Quando abre, tem os dizeres "Começam aqui as lendas, mitos e verdades de Persimmonia e de todos os lugares e pessoas que não deveriam mais existir."
E assim começa.
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Terra Sem Vida
Capítulo 6
Capítulo 6
Na manhã seguinte, o Sol nascia por entre as pesadas nuvens quando Thales, Nellus, Samambus e Dania já estavam no caminho feito de prata, o Caminho de Hatha. Parecia que a esperança fora restaurada, mas é difícil dizer se é pela possibilidade de Thales reaver George, seu irmão, ou de Dania finalmente encontrar o ser pelo qual ela devotou sua vida. Ou ainda pelo fato de Dania ter finalmente dito algumas palavras, algo que surpreendeu até seu irmão, Samambus.
Subitamente, as nuvens começaram a se dissipar, e a luz do Sol começou a refletir na prata, cegando o quarteto. Mesmo assim eles seguem, desnorteados. Dania chega a tatear o chão para não se perder do caminho.
Muito tempo segue, e logo qualquer luz cessa. Eles conseguem abrir os olhos e estão em...
- Um castelo.
Não se sabe quanto tempo passou e, principalmente, como passaram pelas montanhas e entraram ali. O fato é que havia agora um castelo muito escuro, e eles se encontravam dentro dele.
Ao longe, viram uma abertura que mostrava um belo jardim, cheio de flores e de plantas. Mas ninguém quis ir até lá, já que as escadarias e lugares pelo castelo pareciam intermináveis.
Os olhos de Dania brilhavam como de uma criança que acabara de descobrir um lugar cheio de doces e quisesse comer todos. Claro que sua euforia só aumentava a cada passo, até que começou a subir uma escadaria.
- Para onde vais?, disse Samambus.
- Ver o andar superior. Vou até as torres se preciso., disse Dania.
Thales e Nellus olharam enquanto Samambus corria para acompanhar a irmã no andar superior. Os dois que ficaram olharam mais uma vez para o jardim.
- Aquele jardim parece bem cuidado demais, não acha?
- Com certeza, Thales. Com certeza.
Os dois andam até chegarem no jardim. Só então ouviram uma pequena queda d´água em uma encosta de pedras ao lado do jardim, algo que acalmaria até o soldado mais nervoso.
- Que jardim mais belo!
- Sem dúvida, meu caro. Sem dúvida.
Então, uma mulher de roupas brancas, cabelo bem claro e olhos vazios se aproxima. Seu sorriso é visível, mesmo de longe.
- Olá, visitantes.
- Olá, senhora.
Thales logo vê quem é a mulher.
- Você é Hatha.
- Exatamente. Desculpem a demora, mas eu tinha que alimentar as águias.
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Thales se conteve para chamar Dania, que procurava a pessoa que idolatrava no lugar errado.
Mas Nellus, enquanto isso, preferiu ser objetivo.
- Você não tem olhos?
- Você reparou... não. Meus olhos foram arrancados tempos atrás, e agora vivo me guiando pelos ventos, pelos cheiros.
- Como você perdeu os olhos?
- Em uma luta. Bom, que pessoa é essa em sua mente o tempo todo, Thales? Dania?
Thales se assustou. Hatha ouve pensamentos?
- Melhor chamá-la.
Então, Hatha esticou os braços para o alto, e todo o andar superior se desfez. Thales e Nellus se assustaram, mas logo viram Hatha puxando, com sua mente, Dania e Samambus.
- Venham, venham...
- Oh, é Hatha!
Ao serem colocados no chão, Dania se ajoelha aos pés de Hatha, que sorri. Hatha pega os escombros e monta um banco e sinaliza. Os quatro se sentam.
- Vocês merecem algo, já que conseguiram chegar até aqui.
- Sim...
O sorriso de Dania era impassível.
- Eu me isolei porque descobri do que se trata o mundo, e todos nós.
Os quatro olham atentamente.
- Estamos todos mortos.
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