Um menino acha um livro com os dizeres "Os Dossiês de Persimmonia".
Quando abre, tem os dizeres "Começam aqui as lendas, mitos e verdades de Persimmonia e de todos os lugares e pessoas que não deveriam mais existir."
E assim começa.

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Nada foi dito no tempo seguinte.
Dania estava claramente desapontada. Samambus a olhava, mas nada dizia.
Thales e Nellus iam na frente, cruzando o que parecia ser um deserto sem fim.
Seguiram assim por dias, se cansando as vezes.
Mas nada falavam.

Então, Nellus olhou para Thales.
- Como adivinhou sobre Hatha?
- O que?
- Como adivinhou que Hatha mentia?
- Aquele lugar me cheirava a morte. Além disso, se estivéssemos mortos, como matávamos os seres do mar?
- Tens razão... Sua sabedoria é muito diferente da minha, Thales... mas igualmente valiosa.
- Obrigado.

Nellus e Thales logo avistam uma cidade, com construções de mais de um andar e até uma espécie de templo ao centro. Ela também fica próxima ao mar, mas não possui o mesmo tipo de paredão que eles construíram antes de sair de lá.
- É o primeiro vilarejo que vemos desde o Castelo de Hatha.
- E bem maior que tudo que vi até hoje, Thales.

Samambus e Dania, quando avistaram a cidade, se aproximaram dos outros dois, com certa animação. Os quatro se aceleraram para logo ficarem próximos aos portões que dão acesso à cidade. Um homem, vigilante, lhes gritou:
- Que quereis na Cidade de Quora?
- Queremos abrigo, e alguém que possa nos ajudar a achar meu irmão.
- Quais são vossos nomes?
- O meu é Thales, e estes são Nellus, Samambus e Dania.
- Quero que aguardem.

O vigia saiu do campo de visão do quarteto. Esperaram por um tempo, e então os portões se abriram.
- Quistos vós sois, pois Quora marcou vosso nome, Thales, e de quem estivesse contigo como Eternamente Autorizados.

Thales olhou para Nellus com os olhos brilhando.
- Isso só quer dizer que...
- Alguém que te conhece está aqui!

Os quatro entraram e foram até o que parecia ser o templo. No caminho, viram carruagens dos mais divertidos tipos, e animais também passando. Thales achou ter visto dois elefantes conversando. Os quatro entram no templo, chegando a um salão circular, com uma enorme poltrona no centro. Nela, uma mulher esguia, de cabelo chanel preto e olhos grandes, observando-os. Sua roupa brilhava, e parte dela era malha de ferro.

- Thales e seus amigos, presumo.
- Rainha Quora?
O rosto da mulher se ilumina ao ouvir seu nome.
- Sim, meu caro. Mas não precisas me chamar de Rainha o tempo todo. Esta é uma terra livre, onde temos respeito e admiração mutuamente.
- Fico feliz por isso.
- Por isso mesmo que creio que você conhece minha Conselheira.

Entra uma mulher de cabelos longos. Sua roupa é bem decotada, preenchida com seios fartos, e se arrasta pelo chão como vestido de noiva. Os olhos de Nellus brilham.
- Pâmela!
Nellus corre até ela, e os dois se abraçam.
- Nellus, eu...
- Como você veio para cá?
- Decidi partir e, no meio do caminho, vi de um monte o Caminho de Hatha e a Cidade de Quora. E decidi vir para cá. Foi minha sorte. Não sei como lhe agradecer, já que foi a estadia em sua casa que recuperou minhas energias e encontrei quem procurava.
- E onde está teu amado?

Perto da porta por onde Pâmela entrou estava um rapaz magricelo, vestindo roupa preta e malha de ferro. Ele segura um disco luminoso. Thales nem acredita.
- George?

Thales e George se abraçam. Nellus olha para Pâmela.
- E você saiu de lá um dia antes do irmão dele chegar!
- Irmão?!?

Thales, sorrindo, olha para George, como se examinando se ele está bem.
- Mamãe falou de seu sumiço, então fui atrás de você... Como você está?
- Estou ótimo!
- Por que o sumiço repentino?

Quora se levanta.
- Isto foi culpa minha.

Todos olham para a Rainha.
- Chamei George porque o conheci em vossa cidade, e logo de início já soube que ele seria o homem ideal para ajudar minha Cidade. A Cidade de Quora corre perigo. Quero que este lugar seja um templo para a vida plena, e forças como Hatha querem o oposto. Ela vai me atacar. Ela sairá daquele castelo e terá sua própria cidade. Pelo futuro, não posso permitir que tudo isto seja derrubado.

Todos se olham. Thales se aproxima.
- Se ela quer guerra, que tenha. Não vamos deixar que esta Cidade se torne uma terra sem vida.
Quora se aproxima de Thales e coloca a mão em seu ombro.
- Eras surgirão. Que nos preparemos sempre. O dia chegará.

"Termina aqui uma das lendas, mitos e verdades de Persimmonia e de todos os lugares e pessoas que não deveriam mais existir. O fim nunca é o fim. Apenas um novo começo."